Reynaldo Gianecchini abriu o coração na emocionante, esclarecedora e otimista entrevista que deu à revista Época que está nas bancas. Em um vasto relato, o ator fala da descoberta do câncer no sistema linfático, do doloroso tratamento e se defende dos boatos que se seguiram como supostamente ser gay e portador do vírus da aids. O galã, após tratamento de quimioterapria, se submeteu a um autotransplante de medula em busca da cura da doença. Recuperado, ele já teve alta médica para trabalhar. Vislumbrando o futuro e a perpetuação de seu DNA, Giane ainda revela que só agora pensa em ter um filho.
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“ Meu médico me ligou e disse: ‘É. Vai para o hospital’. Minha mãe estava na cozinha aqui em casa fazendo comida. Pensei: ‘como vou falar isso para minha mãe, se o marido dela, meu pai, está com câncer terminal?’ Era só isso que eu pensava. Sentia muito por minha mãe. Essa é uma notícia que não dá para rodear. Eu disse: ‘Mãe, eu tenho de ir para o hospital porque estou com câncer’. Não tinha outra maneira de falar. Ela desligou o fogão. A gente foi em silêncio absoluto para o hospital.”
Medo da morte?
“O importante para mim era saber que valores eu precisava rever, qual o sentido de tudo isso. A primeira questão foi, sim, a morte. Caramba, pensei, a gente age como se não tivesse de lidar com isso. Estou lidando muito cedo, muito jovem, é claro que não quero morrer agora. Mas ela está aqui na minha frente. Comecei a fazer terapia para fuçar em mim tudo o que havia para fuçar, porque era o momento. A gente vive o dia a dia como se a morte não fosse uma certeza. A gente devia viver sempre com a certeza de que amanhã a gente pode morrer. Tanta coisa fica tão pequena, tão sem valor diante da possibilidade da morte. Decidi viver o presente, que é maravilhoso, sem passado e futuro. “
que o atrai numa mulher?
“ Gosto de mulher forte. Tenho admiração. Diferentemente da maioria dos homens que costuma se concentrar se a bundinha está durinha, para mim o que é sexy é um conjunto de coisas, e a inteligência faz parte disso. No caso da Marília, tem vários fatores que a deixam super sexy. Não só a inteligência, mas a postura, a segurança, uma coisa de peitar o mundo. Quando as pessoas criticavam e preferiam acreditar que eu era gay por estar com uma mulher mais velha que não era ‘a gatinha’, eu falava: ‘Vocês não entendem nada do que é uma mulher sexy, ou têm outro conceito’. Tenho muita dificuldade em levar uma relação com uma pessoa que só tenha uma bundinha e um peitinho, pode ser uma delícia uma noite, mas ter uma relação envolve muitas coisas. Fui criado no universo feminino, com mãe, tias, vizinhas, primas, irmãs. Aprendi a respeitar a natureza da mulher. Nós, homens, somos mais escrachados. Mas gosto muito de ser um homem sensível.”
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